O mundo já viveu dilúvios, pragas, bombas atómicas, eras glaciais e tu "simplesmente" fizeste uma semana. São estes desastres que nos fazem pensar e desejar milagres, questionar o mundo e pôr em causa o nosso lugar neste, olhando para o que nos precede e nos sucede. São também estas outras coisas simples como o aniversário do "milagre de nascer" maiores que a vida que dão sentido à palavra "sentido". Quem somos, de onde viemos, para onde vamos: "eu fiz uma semana" - dizes tu. Nada mais acertado. :)
Ao contrário da tua mãe, não destaco o facto de teres feito uma semana de vida mais do que outras datas também engraçadas, no máximo é uma desculpa para beber um copo de vinho sem me sentir culpado. E todos me dizem - aproveita bem enquanto a tua filha é pequenina, porque eles crescem que é um instante. Por isso a tua mãe festeja cada dia, cada segundo, cada semana. A esta hora deves pensar que o teu pai é um tolo, como a tua mãe está sempre a dizer. Talvez até o seja, mas quando disseste - "eu fiz uma semana" - sorri do mesmo modo como quando disseste - "pisquei os olhos hoje, quarta-feira 25 de março às 16:55 de 2009".
Só te posso agradecer por fazeres cada dia um rejubilar em mim. Sempre fui assim, mas desde que nasceste fizeste-me relembrar como é bom pensar em cada momento como o "milagre da vida".
Não precisamos do 11 de Setembro ou do 6 de Agosto para nos lembrarmos que deveríamos apreciar mais a vida. As datas existem para marcarmos o nosso precurso e não deixar que as coisas sejam em vão, e que o melhor do homem possa emergir. Ai se tivessemos mais atenção e coração... O mundo dá-nos um olá a toda a hora, por isso basta estar desperto ou ser despertado.
Parabéns filha, que a alegria seja maior para ti do que para mim. Não te posso desejar nada maior.
Papá
P.S. (Um dia explico-te o que é o 11 de Setembro e o 6 de Agosto)
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